“Está morto”, disseram todos, um por vez, olhando para mim. Imediatamente tomaram os primeiros preparativos. Telefonaram para a funerária, fizeram as primeiras ligações para amigos e familiares distantes. Ninguém chorava. Havia alguma comoção (não quero ser injusto), mas nenhuma demonstração de surpresa. Era como se reagissem ao anúncio da morte como maratonistas ao tiro de largada: começaram a mover-se adiante, sem pressa, mas com método. Dois ou três foram até o quarto, pegar terno e gravata, já pensando no velório, nos convidados. Vai ficar bem bonito, ouvi alguém dizendo lá de dentro, o som abafado pela distância.
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